Você já pensou que as suas conquistas são apenas uma coincidência de sorte e que, na verdade, você não as merece? Que todos ao seu redor são mais inteligentes, talentosos e mais bem-sucedidos do que você?

Caso isso seja frequente para você, seja bem-vindo ao clube das pessoas com síndrome do impostor. Segundo pesquisas, 70% das pessoas já tiveram pelo menos um episódio de síndrome do impostor. Entre essas pessoas, existem muitas celebridades como por exemplo a autora Maya Angelou, o ator Tom Hanks e o cantor David Bowie.

Vamos conferir mais a fundo a síndrome do impostor. Continue lendo para aprender mais sobre essa síndrome e algumas formas de evitar que ela destrua sua vida.

O que você precisa saber sobre a síndrome do impostor

A síndrome do impostor é um fenômeno psicológico no qual uma pessoa não reconhece o seu sucesso, os seus esforços e atribui tudo isso à coincidência ou sorte. São pessoas que não acreditam no seu próprio potencial e preferem acreditar que apenas estavam no lugar certo e na hora certa. Elas conseguem enganar a todos sobre sua competência.

Uma das principais características da síndrome é que as experiências de uma pessoa não correspondem à realidade. Tudo isso se dá por conta do efeito Dunning-Kruger, também conhecido como efeito ignorante. Pessoas que possuem pouca qualificação acabam tomando decisões erradas, e por não terem conhecimento e habilidades acabam sendo incapazes de perceber isso. Por esse motivo, acabam tendo um senso inflado sobre as suas habilidades. O grande insight que se é possível obter aqui é que, se realmente faltasse talento, você não seria capaz de entender isso.

Imposter syndrome: what it is and how to fight it

Quem é o grupo de risco?

Esta síndrome não tem ligação com traços de personalidade, mas, certas pessoas são mais vulneráveis que outras. O termo síndrome do impostor foi usado pela primeira vez em 1978 no artigo “O fenômeno do Impostor em mulheres bem sucedidas: dinâmicas e intervenções terapêuticas”, de Pauline Clance e Suzanne Imes. As pesquisadoras concluiram que muitas mulheres, com conquistas reais e conhecidas no mundo todo, sentem ansiedade, insegurança e sentem que são superestimadas.

Porém, estudos recentes comprovaram que a síndrome é comum tanto em mulheres quanto em homens. Dentre as pessoas com essa síndrome estão alunos, que costumam duvidar de suas capacidades e a se comparar com outros. Um fato interessante é que a síndrome também pode se manifestar em pessoas superdotadas e talentosas que alcançaram grandes sucessos em diversas áreas da vida. Outros famosos que também fazem parte do “clube de impostores”: o escritor Neil Gaiman, a tenista Serena Williams, o empresário Howard Schultz, a empresária Sheryl Sandberg e a cantora e atriz Lady Gaga.

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Como saber se você tem síndrome do impostor

A Dra. Pauline Clance, psicóloga, desenvolveu uma escala para identificar o fenômeno do impostor, em 1985. O questionário continha 20 questões para identificação dos sinais, sendo elas em relação ao medo do sucesso e do elogio, concentrando-se nos fracassos e subestimando conquistas. Pauline também identificou 6 características e que ter pelo menos duas delas já indica a presença da síndrome:

1. Ciclo do impostor.

Uma pessoa pode passar por várias fases durante o ciclo do impostor:

  • recebe uma tarefa para ser realizada;
  • sente ansiedade e começa a procrastinar ou, ao contrário, começa a se preparar demais, e acaba trabalhando até se estressar;
  • realiza a tarefa e sente alívio momentâneo;
  • recebe um feedback positivo, mas atribui o sucesso à sorte;
  • sente dúvida, o que acaba intensificando a síndrome do impostor.

Esse é um ciclo que se repete constantemente, e a pessoa se sente estagnada, não importa o quanto se esforce. Isso gera sobrecarga, pois uma pessoa gasta muito esforço, apesar de objetivamente não haver muita necessidade de fazê-lo.

2. Necessidade de ser especial ou o melhor.

Essa necessidade acaba gerando uma comparação constante, e isso não é bom para a pessoa, porque ela acaba sendo muito autocrítica.

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3. Complexo super-homem/mulher-maravilha.

Esse complexo acaba afetando pessoas que assumem todas as tarefas ou problemas, independente do esforço e tempo exigidos, se impondo demandas irreais.

4. Medo do fracasso.

O medo acaba assombrando constantemente as pessoas com a síndrome do impostor. Elas tomam seus erros e baixa performance como uma prova óbvia de sua própria incapacidade.

5. Negação das próprias capacidades e desvalorização do elogio.

Como as vítimas da síndrome do impostor não acreditam nelas mesmas, acabam sendo incapazes de aceitar elogios e reconhecer seu sucesso.

6. Sentimentos de medo e culpa pelo sucesso.

Pessoas com a síndrome acabam tendo esses sentimentos porque geralmente acreditam que não conseguiram nada de especial ou não são boas o suficiente.
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Dicas que ajudarão a derrotar seu “impostor” interior

Apesar da síndrome do impostor não ser um transtorno mental, ela pode destruir sua vida e retardar seu desenvolvimento. Se você apresentou algum dos sintomas descritos acima, deve prestar atenção ao problema. É possível lidar com isso sozinho ou com a ajuda de um profissional qualificado. Reunimos algumas dicas para minimizar os impactos negativos da síndrome na sua vida.

1. Foque nos fatos.

Muitas vezes, pessoas com síndrome do impostor são movidas por medos e preconceitos em relação às suas habilidades. Quando a dúvida atacar novamente, o ideal é perguntar a si mesmo se essas dúvidas são objetivas. Em seguida, tente se lembrar de casos reais em que você concluiu uma tarefa ou projeto com êxito e recebeu um feedback positivo. Para maior clareza, anote tudo e reflita sobre eles.

2. Aceite suas emoções.

Para combater a síndrome do impostor não é necessário ignorar ou negar suas emoções. Você precisa apenas separá-las dos fatos, considerando que as emoções também são importantes. O que você está sentindo — incerteza, medo, vergonha? Anote suas emoções no papel. Experimente vivenciá-las. Desta forma, será mais fácil lidar com a síndrome na próxima vez. Afinal, ao aceitar as emoções, é possível reduzir significativamente sua intensidade.

3. Compartilhe seus sentimentos.

Sabemos que essa dica pode ser assustadora, mas lembre-se dos 70% das pessoas que passaram pela mesma experiência. Você não está sozinho. É provável que seus amigos ou colegas tenham passado por problemas semelhantes e possam apoiá-lo. O principal ponto é escolher uma pessoa em quem você confie. Outra opção é consultar um psicólogo. Eles podem ajudá-lo a entender o que desencadeou a síndrome do impostor e como lidar com ela.

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4. Peça um feedback.

É essencial receber um feedback de qualidade para não cair na armadilha de pensamentos obsessivos sobre sua própria incompetência. Com um feedback realista e construtivo é possível formar gradualmente uma autopercepção adequada e não desvalorizar suas conquistas. Você pode pedir feedbacks ao seu gerente ou cliente. Eles definitivamente irão ajudá-lo, pois estão interessados em sua capacidade de realizar o trabalho da melhor forma possível. Além disso, você também pode tentar encontrar um mentor em sua área profissional que irá fornecer críticas objetivas e conselhos.

5. Crie um plano de ação.

Que tal enfrentar seu medo? Muitas vezes, pessoas com síndrome do impostor imaginam situações em que sua falta de profissionalismo (fictícia) se torna óbvia para todos. Imagine uma situação parecida, pense no que pode causá-la e, em seguida, descubra como evitá-la. Por exemplo, se você tem receio de atrapalhar um projeto, você pode iniciar uma discussão e obter o apoio de seus colegas ou da gerência. Todos estão em busca do mesmo resultado. Paradoxalmente, a síndrome do impostor é capaz de impulsionar o desenvolvimento se você olhar de uma nova perspectiva.

6. Seja mais gentil com você.

A síndrome do impostor pode se manifestar em diferentes intensidades, assim como em diferentes períodos de sua vida. Depende de fatores externos que você não pode controlar. Mas está ao seu alcance mudar sua atitude gradualmente em relação a si mesmo, desenvolvendo esperança em sua própria força. Lembre-se de reconhecer suas conquistas quando estiver satisfeito com o resultado do seu trabalho. Compartilhe seu sucesso com amigos e família. E não se esqueça de que todos cometem erros; faz parte de nossa jornada para nos tornarmos as melhores versões de nós mesmos.

Resumo

Qualquer pessoa pode desenvolver a síndrome do impostor, independentemente do sexo, idade, origem ou status social. E se você é perfeccionista, a chance de apresentar a síndrome do impostor é maior, pois a incapacidade de atingir um ideal pode causar desânimo e ansiedade. Mas se você analisar objetivamente todas as situações que (na sua opinião) foram pura sorte, você irá descobrir que seu sucesso foi merecido. Dê este primeiro passo para a autoaceitação e veja sua confiança crescer cada dia mais.

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