Q&A Com Fernando Privitera: Documentando Erupções Vulcânicas e Outras Aventuras de um Fotógrafo de Viagem
O fotógrafo italiano autodidata Fernando Privitera começou a fotografar há cerca de sete anos, quando comprou sua primeira câmera. Ele começou como amador assistindo a tutoriais de fotografia no YouTube e, atualmente, seus trabalhos são apresentados na National Geographic e em outras exposições de viagens.
O que é preciso para quem está começando na fotografia ter seus trabalhos publicados nas principais revistas do mundo? Quais os desafios que os fotógrafos de viagem enfrentam durante suas carreiras? Qual o segredo para conseguir imagens incríveis de drones? Confira as respostas para essas perguntas e outras dicas inspiradoras de fotografia em nosso Q&A com Fernando Privitera.
Fernando, por que você escolheu se especializar em fotografia de viagem e paisagem?
Eu amo fotografia no geral, mas prefiro fotografar durante minhas viagens. Meu gênero favorito é paisagem, mas eu gosto de contar histórias por meio das sequências fotográficas. Eu acredito que uma câmera é um instrumento capaz de parar o tempo, lembrar um momento que não dá para se repetir na sua vida e eternizar as emoções e os sentimentos que carregamos dentro de nós. E dessa forma eu combinei minhas duas paixões – viagem e fotografia.
O que você sempre leva com você na sua mochila de fotografia?
Na minha mochila eu sempre levo um filtro de densidade neutra e um tripé para fazer fotografias de longa exposição. Eu também uso uma câmera Sony A7III mirrorless que eu amo por ser compacta. Ela é perfeita para tirar fotos em qualquer lugar. Minha lente favorita é a Tamron 28-75 – uma lente zoom versátil para toda ocasião.
Como é o seu fluxo de trabalho pós-produção?
Meu fluxo de trabalho começa com o Lightroom e termina no Photoshop. O primeiro é perfeito para a primeira pós-produção do arquivo, enquanto o Photoshop refina a fotografia fazendo edições mais avançadas. Para mim, esses dois programas são peças complementares.
A minha pós-produção começa assim: eu abro o arquivo no Lightroom e aplico a correção de distorção e de ruído.
Depois eu trabalho a exposição, a temperatura, sombras, brancos, pretos e muito mais. Eu também mudo a curva de tons e continuo com a correção de cor seletiva. Quando termino no Lightroom, continuo com o Photoshop, e é onde eu consigo editar as partes únicas da imagem graças às máscaras de camada. No fim, intensifico a nitidez da imagem.
Geralmente, demoro duas horas para pós-processar fotos que considero boas. Com o passar dos anos, criei minhas próprias predefinições, mas quando é possível, eu começo do zero.
Quais são as dicas e truques pessoais que te ajudam a capturar fotos com drone de tirar o fôlego?
Composições minimalistas funcionam melhor do que as imagens que possuem muitos elementos. Deixar as fotos simples permitirá que a audiência aprecie-as mais.
Qual a rota mais pitoresca que você já visitou na sua vida?
Provavelmente a rua das Ilhas Lofoten, na Noruega, com as típicas casas vermelhas de pescadores, chamadas “Rorbu”. E a E10 é a única estrada principal que segue do norte ao sul em Lofoten e termina na vila de Å.
Ser fotógrafo de viagem significa viver diversas aventuras. Qual foi a viagem mais difícil que você já fez?
O momento mais complicado que já vivenciei foi nas Ilhas Lofoten também. Tive que chegar até um conhecido campo de futebol localizado em Henningsvaer. Durante a viagem, avistamos um cemitério nevado e decidimos fotografar com o drone. As hélices do drone ficaram danificadas porque ele bateu em uma árvore e tivemos que passar duas horas procurando novas hélices, mas sem sucesso. Fiquei desanimado!
Quando chegamos no campo de futebol, resolvi voar com o drone sobre o oceano mesmo estando danificado, pois aquelas fotos eram especiais. Felizmente tudo correu bem e consegui tirar toda a série de fotos.
Você também conseguiu fotografar várias erupções do vulcão Etna. Existe alguma história relacionada a esse evento?
Eu moro nas encostas do vulcão, então é fácil saber quando está tendo uma erupção. É possível ver a dezenas de quilômetros de distância!
Uma das minhas fotos favoritas com o vulcão Etna na costa leste da Sicília, Itália, foi tirada em 2019 durante uma incrível erupção que aconteceu à noite. Me lembro muito bem que assim que chegamos no local, depois de 2 horas de caminhada pela trilha de Serracozzo, a erupção tinha diminuído, mas o fluxo de lava continuou descendo para o Vale do Bove. E foi criando aquele ruído típico que lembra muito o som quando um vidro se quebra. As emoções que tivemos no momento foram inesquecíveis.
O mais difícil foram as condições climáticas. Tivemos que fotografar a erupção à noite, o que significa que as temperaturas estavam muito baixas. Outro desafio foi o vento. As fotos foram tiradas com um tripé e o vento foi o pior inimigo.
Qual a sua foto ou série de foto favorita no seu portfólio do Depositphotos e por que?
Minha série favorita é sobre desertos. É com toda a certeza o meu lugar favorito para tirar fotos.
O deserto pode parecer inóspito e hostil, mas é repleto de elementos que podem ter lugar na fotografia para criar uma composição minimalista. Eu tirei várias fotos com árvores, pessoas e dromedários como assuntos em contraste com a paisagem do deserto.
Qual o seu destino dos sonhos para fotografar?
As viagens rodoviárias são minhas favoritas. Gosto da ideia de ter uma espécie de casa móvel onde você pode dormir e trabalhar, podendo decidir o seu próximo destino. E o meu sonho é explorar a costa oeste dos Estados Unidos em um trailer.
Based on your experience, how can a photographer make it to be featured on famous media like National Geographic?
You should be very active on social networks and send your photographs every month to the magazines that inspire you the most. Don’t give up until you get a positive response.
Which photographers and their works do you find the most inspiring?
I follow many photographers but one that excites me particularly is Chris Burkard, I love his photographs and the documentaries he makes. I’m also inspired by the works of Gianluca Caruso, a young photographer from Sicily.
Any advice to your younger self?
Go off the grid, don’t follow the crowd, and do what you like best.